segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nossos Profissionais



Danielle Marques de Miranda
Técnica em Nutrição e Dietética – Escola Técnica Regional - ETR
Atua no Núcleo de Apoio em Práticas Integrativas desde 2010, orientando técnicas de preparação e higiene dos alimentos nas oficinas de Alimentação Viva.


Encontros Vegetarianos - JANEIRO 2014



Em 2014, os Encontros Vegetarianos continuam com força total. Atendendo a pedidos, vamos voltar a abordar os assuntos que discutimos desde o início da série de 2013. 


No encontro de janeiro, o tema será as Motivações para o Vegetarianismo. Afinal, quais as razões que levam uma pessoa a parar de comer carne e outros produtos de origem animal?

Também haverá exibição do filme A Engrenagem, do Instituto Nina Rosa.

Dia 16 de janeiro de 2014, às 14h.

Inscrições na recepção ou pelo telefone 33556142.

Não percam!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Celebração integrativa na UCIS Guilherme Abath


 

Dezembro chegou, e com ele chegam também as festividades de final de ano. Na UCIS Guilherme Abath não foi diferente.


 Iniciamos a semana com a celebração de Natal da UCIS. A comemoração aconteceu na segunda-feira, dia 9, e iniciou com um delicioso café da manhã, com frutas da época, organizado pelos usuários das oficinas de Automassagem e Dança Circular Sagrada, e pela facilitadora Ignês Araújo. Contamos também com um delicioso Bolo Integrativo, confeccionado pela usuária Gilka Cysneiro.

Fomos agraciados com uma história “Natal nas Asas do Arco-Íris de Alice Cardoso”, ofertada pela contadora de histórias da UCIS, Ignês Araújo. 
Ignês Araujo contando história

A festa ainda contou com a apresentação de um lindo pastoril, formado pelos usuários da oficina Dança e Percussão, sob a responsabilidade do mestre Gilson (Meia Noite). Figurino e adereços ficaram por conta da Arteterapêuta Fátima Caio. Os nossos usuários abrilhantaram a nossa festa com música, dança, coreografias e encantamento.
Mestre Gilson (Meia Noite) e Ignês Araujo

Ana Duarte, gerente da UCIS, e o pastoril

A arteterapeuta Fátima Caio com a boneca Maricota e usuárias da UCIS
Confira neste vídeo um pouquinho do pastoril: 


Esta celebração foi contemplada por um encontro entre pessoas comuns que, durante todo o ano de 2013, partilharam o mesmo espaço de cura, conhecimento, aprendizado, respeito, cuidado e principalmente de acolhimento, acontecendo de forma integrativa e participativa. 
A UCIS Guilherme Abath deseja a todos Boas Festas e Feliz 2014!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

PICs Recife no Seminário de 10 anos da Política Nacional de Humanização




 
Por Maria Júlia Sette - Portal Flores no Ar

O médico, meditador e gestor de Práticas Integrativas em Saúde da Prefeitura do Recife, Júlio Lins, representou Pernambuco no concurso cultural “Somos Parte do SUS que dá Certo”, que teve sua última etapa, no dia 28 de novembro/2013, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília. Ao chegar no Recife, Júlio compartilhou com o Portal Flores no Ar suas impressões e sentimentos sobre o evento. Entre os temas abordados, conversamos sobre a Política Nacional de Humanização do SUS e o trabalho que possibilita pessoas da periferia do Recife realizarem práticas como meditação, Yoga e Tai Chi Chuan. Confira a entrevista!

No último dia 28 de novembro, você  foi o único representante de Pernambuco a participar, como convidado, do Seminário 10 anos da Política Nacional de Humanização (PNH), em Brasília. De onde partiu esse convite?
Participei recentemente do concurso intitulado “Somos Parte do SUS que dá Certo”, onde pessoas que desenvolvem projetos de humanização do SUS enviaram seus vídeos institucionais e outros vídeos com o objetivo de contar sobre os seus trabalhos. Foram selecionados 30 vídeos que expressam as intenções e avanços no processo de humanização do SUS. Então, estivemos em roda na Organização Pan-Americana de Saúde, onde estavam presentes autoridades, representantes do Ministério da Saúde, representantes de Angola, os 30 convidados da rede de humanização e os apoios institucionais da própria equipe de humanização do ministério nas diferentes regiões do país. Foi bem interessante o debate e extremamente produtivo.


O vídeo realizado por você e sua equipe foi selecionado entre 284 inscritos, todos representando iniciativas de humanização do SUS no Brasil. Conte-nos sobre o trabalho desenvolvido no Recife na área da saúde integrativa .
Desenvolvemos um trabalho de humanização da saúde, a partir da introdução de práticas integrativas e complementares, o que as pessoas, em geral, conhecem como medicina alternativa. Nós incluímos outras maneiras de pensar a saúde que partem de outros paradigmas. Um entendimento que o direito à saúde integral inclui também o direito a outras formas de assistência e do acesso à informação sobre outras práticas de promoção de saúde como Yoga, Tai Chi Chuan, Homeopatia, Acupuntura, Meditação, Biodança, Dança Circular, Arteterapia e outras disciplinas. Nós desenvolvemos essas atividades lá no Centro Integrado de Saúde (CIS),que fica no Engenho do Meio, na Unidade de Cuidados Integrais à Saúde Professor Guilherme Abath, localizada no bairro do Encruzilhada e no Núcleo de Apoio às Práticas Integrativas (NAPI). Atualmente eu sou o coordenador de uma política municipal e nós atendemos 45 Unidades de Saúde da Família. Estamos fazendo uma média de 4 mil atendimentos por mês, somando as duas unidades especializadas, o CIS e o Guilherme Abath. Buscamos não só o processo de reflexão crítica, mas também uma proposição dos caminhos que podemos integrar outros saberes para ampliar o cuidado do ser humano naquilo que temos de mais humano.


O que mais chama atenção na relação entre os usuários do SUS e as práticas integrativas?
Tem muitas pessoas que nos procuram por não encontrar respostas efetivas em outros tratamentos. Até porque o outro modelo não serviu e, às vezes, um novo modelo de atenção dá uma resposta que ele não encontrou. Há uma relação linda, existem várias histórias maravilhosas, de se sentir valorizados, das pessoas relatarem que estavam muito angustiadas e a angústia não era tratada. Tem até uma pessoa que diz, em nosso vídeo institucional, que estava muito revoltada com o sistema antes de nos encontrar. Ao tratar-se conosco encontrou respostas para o seu equilíbrio mental e físico. Tem, por exemplo, uma usuária que tem problema de hérnia de disco crônica e também problemas de depressão. Ela vinha se tratando em hospitais, no sistema privado, sem encontrar respostas e por causa de uma questão de família ela perdeu o plano de saúde e teve que procurar o SUS. Ela teve a grata surpresa de em quatro meses de tratamento melhorar de um problema de saúde que em anos e anos de tratamento no sistema alopático não encontrava nenhuma resposta. Então nós ensinamos práticas de autocuidado, que as pessoas seguem fazendo. As pessoas aprendem Meditação, Yoga e Tai Chi Chuan conosco e seguem praticando diariamente. Nós também fazemos atendimentos clínicos e orientações na parte de Alimentação Viva, Homeopatia e outros tratamentos como Acupuntura, por exemplo.


Qual a sua perspectiva em relação à Política Nacional de Humanização do SUS? O que você vê de positivo e quais os principais desafios?
Eu vejo que é uma rede engajada de profissionais da saúde direcionada por uma equipe extremamente competente que coordena essa rede. São profissionais bem alinhados com a importância da comunicação, com o trabalho transversal, como sendo uma política que deve estar em todos os lugares da saúde, desde os hospitais, até a atenção básica. Entendem que a clínica e a gestão precisam andar juntas e ambas precisam ser debatidas do ponto de vista da humanização. Eu acredito que é um coletivo que tem um grande potencial para auxiliar para o próximo passo que nós precisamos dar em direção ao direito da saúde. Acredito que a minha presença lá como o único projeto de práticas integrativas e, ainda, representando Pernambuco foi bem interessante. Combinamos, inclusive, que nos próximos manuais do Humaniza SUS, as práticas integrativas já estarão contempladas como diretrizes. Isso foi uma vitória muito grande. Nós precisamos participar mais dessa rede, estar junto com pessoas que têm um grande potencial de revolucionar a maneira como se faz e se olha para a saúde.


E os outros trabalhos presentes?
Tinham diferentes trabalhos. No Norte do país, por exemplo, trabalhos extremamente interessantes com unidade de saúde fluvial que viaja pelos rios da região do Amazonas, trabalhando com saúde numa perspectiva de humanização do acesso ao direito à saúde. Inclusive o trabalho que representou a Paraíba de uma médica pernambucana, Melania, foi muito bonito, ficou entre os dez vídeos selecionados para o catálogo que representa a política de humanização do SUS nos últimos dez anos. Tinham vários trabalhos interessantes na humanização do atendimento hospitalar. E o ponto em comum é o fato de efetivamente implantar ações de cuidados cotidianos tanto para os profissionais como aos usuários. Um cuidado com o ser humano para além da tecnocracia.


Você gostaria de comentar mais alguma coisa?
Quero falar sobre a mensagem que levamos para Brasília nesta última etapa do concurso. Ressaltamos que nós já temos uma construção robusta para debater e ensinar ética do ponto de vista laico, ensinando compaixão, a partir da contemplação da nossa situação atual como seres humanos. E nós entendemos laico como principio ético que diz que se nós estamos equivocados do ponto de vista racional, nós mudaremos de opinião, sem dogmas, sem imposições, mas a partir da contemplação da nossa situação como ser humano. Nós temos todo arcabouço necessário, bem estruturado, para um processo de formação ética. Nós temos tecnologias sutis a partir dos processos de meditação e do processo de vivência das outras práticas integrativas inspiradas em trabalhos como do Instituto Mind & Life, da Antroposofia, dos humanistas, como Paulo Freire, e todo o processo de educação de qualidades humanas. Nós temos tecnologia para ensinar paciência, generosidade, conduta moral para as pessoas, a partir de uma ética laica. O processo de humanização é algo que acontece em nós mesmos, nós precisamos refletir em como está o nosso processo de humanização. Precisamos amadurecer muito para falar adequadamente que somos Homo sapiens sapiens. A condição humana não é algo dado simplesmente pela natureza. É algo que nós construímos a partir do nosso processo de autoeducação. O conceito de saúde está intimamente ligado ao de humanização. E não se pode desvincular a humanização do desenvolvimento das virtudes humanas.