Técnica em Nutrição
e Dietética – Escola Técnica Regional - ETR
Atua no Núcleo de Apoio em Práticas Integrativas desde 2010, orientando técnicas de preparação e
higiene dos alimentos nas oficinas de Alimentação Viva.
Em 2014, os Encontros Vegetarianos continuam com força total. Atendendo a pedidos, vamos voltar a abordar os assuntos que discutimos desde o início da série de 2013.
No encontro de janeiro, o tema será as Motivações para o Vegetarianismo. Afinal, quais as razões que levam uma pessoa a parar de comer carne e outros produtos de origem animal?
Dezembro
chegou, e com ele chegam também as festividades de final de ano. Na UCIS Guilherme Abath não foi diferente.
Iniciamos
a semana com a celebração de Natal da UCIS. A comemoração aconteceu na segunda-feira, dia 9, e iniciou com um delicioso café da manhã, com frutas da época, organizado pelos usuários das oficinas de Automassagem e Dança
Circular Sagrada, e pela facilitadora Ignês Araújo. Contamos também
com um delicioso Bolo Integrativo, confeccionado pela usuária Gilka
Cysneiro.
Fomos
agraciados com uma história “Natal nas Asas do Arco-Íris de
Alice Cardoso”, ofertada pela contadora de histórias da UCIS, Ignês Araújo.
Ignês Araujo contando história
A festa ainda contou com a apresentação de
um lindo pastoril, formado pelos usuários da oficina Dança e
Percussão, sob a responsabilidade do mestre Gilson (Meia Noite). Figurino e adereços ficaram por conta da Arteterapêuta Fátima Caio. Os
nossos usuários abrilhantaram a nossa festa com música, dança,
coreografias e encantamento.
Mestre Gilson (Meia Noite) e Ignês Araujo
Ana Duarte, gerente da UCIS, e o pastoril
A arteterapeuta Fátima Caio com a boneca Maricota e usuárias da UCIS
Confira neste vídeo um pouquinho do pastoril:
Esta celebração foi contemplada por um encontro entre pessoas comuns que, durante todo o ano
de 2013, partilharam o mesmo espaço de cura, conhecimento,
aprendizado, respeito, cuidado e principalmente de acolhimento,
acontecendo de forma integrativa e participativa.
A UCIS Guilherme Abath deseja a todos Boas Festas e Feliz
2014!
O médico, meditador e gestor de Práticas Integrativas em Saúde da
Prefeitura do Recife, Júlio Lins, representou Pernambuco no concurso
cultural “Somos Parte do SUS que dá Certo”, que teve sua última etapa,
no dia 28 de novembro/2013, na sede da Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS), em Brasília. Ao chegar no Recife, Júlio compartilhou com o
Portal Flores no Ar suas
impressões e sentimentos sobre o evento. Entre os temas abordados,
conversamos sobre a Política Nacional de Humanização do SUS e o trabalho
que possibilita pessoas da periferia do Recife realizarem práticas como
meditação, Yoga e Tai Chi Chuan. Confira a entrevista!
No último dia 28 de novembro, você foi o único
representante de Pernambuco a participar, como convidado, do Seminário
10 anos da Política Nacional de Humanização (PNH), em Brasília. De onde
partiu esse convite?
Participei recentemente do concurso intitulado “Somos Parte do SUS que
dá Certo”, onde pessoas que desenvolvem projetos de humanização do SUS
enviaram seus vídeos institucionais e outros vídeos com o objetivo de
contar sobre os seus trabalhos. Foram selecionados 30 vídeos que
expressam as intenções e avanços no processo de humanização do SUS.
Então, estivemos em roda na Organização Pan-Americana de Saúde, onde
estavam presentes autoridades, representantes do Ministério da Saúde,
representantes de Angola, os 30 convidados da rede de humanização e os
apoios institucionais da própria equipe de humanização do ministério nas
diferentes regiões do país. Foi bem interessante o debate e
extremamente produtivo.
O vídeo
realizado por você e sua equipe foi selecionado entre 284 inscritos,
todos representando iniciativas de humanização do SUS no Brasil.
Conte-nos sobre o trabalho desenvolvido no Recife na área da saúde integrativa .
Desenvolvemos um trabalho de humanização da saúde, a partir da
introdução de práticas integrativas e complementares, o que as pessoas,
em geral, conhecem como medicina alternativa. Nós incluímos outras
maneiras de pensar a saúde que partem de outros paradigmas. Um
entendimento que o direito à saúde integral inclui também o direito a
outras formas de assistência e do acesso à informação sobre outras
práticas de promoção de saúde como Yoga, Tai Chi Chuan, Homeopatia,
Acupuntura, Meditação, Biodança, Dança Circular, Arteterapia e outras
disciplinas. Nós desenvolvemos essas atividades lá no Centro Integrado
de Saúde (CIS),que fica no Engenho do Meio, na Unidade de Cuidados Integrais à Saúde Professor Guilherme Abath,
localizada no bairro do Encruzilhada e no Núcleo de Apoio às Práticas
Integrativas (NAPI). Atualmente eu sou o coordenador de uma política
municipal e nós atendemos 45 Unidades de Saúde da Família. Estamos
fazendo uma média de 4 mil atendimentos por mês, somando as duas
unidades especializadas, o CIS e o Guilherme Abath. Buscamos não só o
processo de reflexão crítica, mas também uma proposição dos caminhos que
podemos integrar outros saberes para ampliar o cuidado do ser humano
naquilo que temos de mais humano.
O que mais chama atenção na relação entre os usuários do SUS e as práticas integrativas?
Tem muitas pessoas que nos procuram por não encontrar respostas efetivas
em outros tratamentos. Até porque o outro modelo não serviu e, às
vezes, um novo modelo de atenção dá uma resposta que ele não encontrou.
Há uma relação linda, existem várias histórias maravilhosas, de se
sentir valorizados, das pessoas relatarem que estavam muito angustiadas e
a angústia não era tratada. Tem até uma pessoa que diz, em nosso vídeo
institucional, que estava muito revoltada com o sistema antes de nos
encontrar. Ao tratar-se conosco encontrou respostas para o seu
equilíbrio mental e físico. Tem, por exemplo, uma usuária que tem
problema de hérnia de disco crônica e também problemas de depressão. Ela
vinha se tratando em hospitais, no sistema privado, sem encontrar
respostas e por causa de uma questão de família ela perdeu o plano de
saúde e teve que procurar o SUS. Ela teve a grata surpresa de em quatro
meses de tratamento melhorar de um problema de saúde que em anos e anos
de tratamento no sistema alopático não encontrava nenhuma resposta.
Então nós ensinamos práticas de autocuidado, que as pessoas seguem
fazendo. As pessoas aprendem Meditação, Yoga e Tai Chi Chuan conosco e
seguem praticando diariamente. Nós também fazemos atendimentos clínicos e
orientações na parte de Alimentação Viva, Homeopatia e outros
tratamentos como Acupuntura, por exemplo.
Qual a sua perspectiva em relação à Política Nacional de
Humanização do SUS? O que você vê de positivo e quais os principais
desafios?
Eu vejo que é uma rede engajada de profissionais da saúde direcionada
por uma equipe extremamente competente que coordena essa rede. São
profissionais bem alinhados com a importância da comunicação, com o
trabalho transversal, como sendo uma política que deve estar em todos os
lugares da saúde, desde os hospitais, até a atenção básica. Entendem
que a clínica e a gestão precisam andar juntas e ambas precisam ser
debatidas do ponto de vista da humanização. Eu acredito que é um
coletivo que tem um grande potencial para auxiliar para o próximo passo
que nós precisamos dar em direção ao direito da saúde. Acredito que a
minha presença lá como o único projeto de práticas integrativas e,
ainda, representando Pernambuco foi bem interessante. Combinamos,
inclusive, que nos próximos manuais do Humaniza SUS, as práticas
integrativas já estarão contempladas como diretrizes. Isso foi uma
vitória muito grande. Nós precisamos participar mais dessa rede, estar
junto com pessoas que têm um grande potencial de revolucionar a maneira
como se faz e se olha para a saúde.
E os outros trabalhos presentes?
Tinham diferentes trabalhos. No Norte do país, por exemplo, trabalhos
extremamente interessantes com unidade de saúde fluvial que viaja pelos
rios da região do Amazonas, trabalhando com saúde numa perspectiva de
humanização do acesso ao direito à saúde. Inclusive o trabalho que
representou a Paraíba de uma médica pernambucana, Melania, foi muito
bonito, ficou entre os dez vídeos selecionados para o catálogo que
representa a política de humanização do SUS nos últimos dez anos. Tinham
vários trabalhos interessantes na humanização do atendimento
hospitalar. E o ponto em comum é o fato de efetivamente implantar ações
de cuidados cotidianos tanto para os profissionais como aos usuários. Um
cuidado com o ser humano para além da tecnocracia.
Você gostaria de comentar mais alguma coisa?
Quero falar sobre a mensagem que levamos para Brasília nesta última
etapa do concurso. Ressaltamos que nós já temos uma construção robusta
para debater e ensinar ética do ponto de vista laico, ensinando
compaixão, a partir da contemplação da nossa situação atual como seres
humanos. E nós entendemos laico como principio ético que diz que se nós
estamos equivocados do ponto de vista racional, nós mudaremos de
opinião, sem dogmas, sem imposições, mas a partir da contemplação da
nossa situação como ser humano. Nós temos todo arcabouço necessário, bem
estruturado, para um processo de formação ética. Nós temos tecnologias
sutis a partir dos processos de meditação e do processo de vivência das
outras práticas integrativas inspiradas em trabalhos como do Instituto
Mind & Life, da Antroposofia, dos humanistas, como Paulo Freire, e
todo o processo de educação de qualidades humanas. Nós temos tecnologia
para ensinar paciência, generosidade, conduta moral para as pessoas, a
partir de uma ética laica. O processo de humanização é algo que acontece
em nós mesmos, nós precisamos refletir em como está o nosso processo de
humanização. Precisamos amadurecer muito para falar adequadamente que
somos Homo sapiens sapiens. A condição humana não é algo dado
simplesmente pela natureza. É algo que nós construímos a partir do nosso
processo de autoeducação. O conceito de saúde está intimamente ligado
ao de humanização. E não se pode desvincular a humanização do
desenvolvimento das virtudes humanas.